O que acontece quando não tem cera no ouvido

A cera do ouvido, também chamada de cerume ou cerúmen, é produzida por glândulas sebáceas que se encontram no canal auditivo da orelha externa. As glândulas sebáceas produzem esse cerúmen com pH ácido com o intuito de proteger os ouvidos de poeira e micro-organismos que podem afetar a audição causando infecções.

As glândulas sebáceas de algumas pessoas podem produzir cera numa quantidade maior do que a necessária. Nesse caso há um acúmulo de cera no canal auditivo e a pessoa pode ter surdez por condução, que é quando há algo bloqueando a passagem do som da orelha externa até a orelha interna. Quando isso acontece um médico deverá ser procurado para que retire de modo adequado o excesso de cera no canal da orelha externa.

A remoção da cera do ouvido pode ser perigosa, pois ao inserir algo no canal auditivo corre-se o risco de perfurar o tímpano. Além disso, a remoção do cerúmen deixa a orelha média e a orelha interna à mercê de organismos que podem ali se desenvolver causando infecções como a otite. Quanto mais se retira cera do ouvido, mais cera as glândulas sebáceas produzem, e a falta ou o excesso de cera no ouvido pode causar doenças como eczema do meato acústico externo, otite externa micótica e exostoses e osteomas do meato acústico externo.

Os médicos recomendam que se limpe apenas a aurícula que é a parte externa da orelha, e que se evite colocar no canal auditivo hastes flexíveis, tampas de caneta, chaves, entre outros, porque esses objetos podem acarretar uma infecção de ouvido, a otite.

Paula Louredo

Graduada em Biologia

Retirar a cera de ouvido nem sempre é uma escolha saudável.

Isso acontece por um motivo simples: essa é uma proteção natural gerada pelo corpo.

Quando decidimos retirar a tal “sujeira” com o cotonete, o prejuízo pode ser ainda maior.

cera de ouvido, também conhecida como cerúmen ou cerume, é produzida pelas glândulas sebáceas, localizadas na região mais externa do canal auditivo. Ela tem a função de limpar, lubrificar e proteger o canal auditivo, atuando principalmente como uma barreira contra impurezas e corpos estranhos.

Devido à cor escurecida e ao aspecto pegajoso, é normal que a primeira reação quando o cerume se torna aparente seja retirá-lo, quase sempre com o cotonete. Porém, saiba que, na maioria das vezes, o próprio corpo expele a cera naturalmente, quando produzida de modo excessivo.

Além do mais, retirar a cera com o cotonete agride a região do canal auditivo, causando uma série de riscos à saúde, como veremos a seguir. Esperamos que você se convença da importância de manter essa proteção natural do sistema auditivo. Acompanhe!

Proteção contra infecções no canal auditivo

Retirar a cera de ouvido diminui uma proteção natural do corpo contra a ação bacteriana e fúngica.

Vale lembrar que o canal auditivo pode ser comparado à região bucal, pois ambos apresentam micro-organismos bons e ruins para o funcionamento do corpo. Portanto, tentar limpar totalmente o ouvido, faz mal à saúde, pois você retira a sua proteção natural.

Eliminar a cera localizada na parte interna do ouvido deixa a região desprotegida contra corpos estranhos, poeira, bactérias e fungos. Isso aumenta o risco de infecções dolorosas que precisam de acompanhamento médico e do uso de antibióticos para serem tratadas.

Prevenção a doenças graves

O ouvido é uma região sensível do corpo que exige certos cuidados para não se tornar o início de problemas sérios de saúde. Uma das precauções é conservar o cerume no interior do ouvido e não tentar remover com qualquer tipo de objeto, como por exemplo o cotonete.

Além de ajudar a prevenir a infecção (otite externa), que causa inflamação e até obstruções, a cera ajuda a prevenir doenças, como a irritação da pele (eczema) no meato acústico externo.

Prevenção de dor e coceira no canal auditivo

O aspecto oleoso da cera não é por acaso, já que ela é um composto rico em gordura e descamação de pele. Essa característica a torna extremamente importante não só para proteger o ouvido de micro-organismos, mas também para impedir o ressecamento do interior da cavidade.

Sem essa proteção, a região fica bastante seca, o que gera uma sensação incômoda de dor e coceira.

Os otorrinolaringologistas recomendam que, no lugar de usar o cotonete, sejam utilizados outros métodos para retirar o excesso de cera de ouvido (o excesso é a parte que fica mais aparente na região externa). Por exemplo, usar óleos para bebês, recorrer à limpeza profissional com um otorrinolaringologista ou simplesmente enrolar uma toalha seca no dedo após o banho e passá-la levemente no ouvido.

Os cuidados com a audição não terminam por aqui. Continue a visita ao nosso blog, agora, para entender quais são os 7 principais sinais de surdez.

O cerume ou cerúmen, vulgarmente conhecido como a cera do ouvido, é uma substância produzida pelas glândulas dos ouvidos, que tem como função proteger a pele do canal auditivo externo de danos provocados pela água, traumas, corpos estranhos, infecções, etc.

O acúmulo de cerume é geralmente assintomático, mas pode, ocasionalmente, causar sintomas incômodos, tais como a perda de audição, coceira, desconforto ou sensação de ouvido entupido.

Para que serve a cera do ouvido?

O cerúmen é uma substância produzida no canal auditivo, que é a parte mais externa do sistema auditivo, localizada entre a membrana timpânica e o orifício da orelha (ver imagem abaixo).

A região mais próxima do exterior do ouvido possui glândulas ceruminosas e glândulas sebáceas, responsáveis pela produção de sebo e gordura. A cera do ouvido é o resultado da mistura deste sebo com sujeiras, pele descamada, bactérias, água e restos de pelos que existem no ouvido.

A cera é produzida exclusivamente no terço mais externo do ouvido, podendo ser encontrada mais profundamente, perto do tímpano, somente se tiver sido empurrada por cotonetes, grampos, tampa de caneta ou qualquer outro corpo estranho introduzido no ouvido.

O que acontece quando não tem cera no ouvido
Formação do tampão de cera no ouvido

O cerúmen é importante para a saúde do ouvido, pois ele serve de proteção contra traumas, ressecamento e bactérias. A cera possui diversas propriedades protetoras, como impermeabilidade à água, presença de anticorpos e um pH ácido (que combatem germes presentes no ouvido), consistência pegajosa, que ajuda a grudar corpos estranhos minúsculos, além de servir como lubrificante do canal auditivo, o que diminui o risco de ressecamento e lesões.

O ouvido externo é “autolimpante”. As suas células vão se renovando sempre de dentro para fora, o que faz com que o cerúmen seja naturalmente e continuamente empurrado para fora do ouvido. As pessoas tendem a achar que a existência de pedacinhos de cera do lado de fora do ouvido seja um sinal de excesso de cerúmen ou de ouvido entupido por cera. Na verdade, isto é apenas o ouvido trabalhando adequadamente para eliminar porções de cera antiga.

Sintomas

Como já explicado, a cera não é uma doença ou problema de saúde, por isso, a sua simples existência não costuma causar nenhum sintoma.

O problema da cera do ouvido surge quando a mesma fica impactada e causa obstrução do canal auditivo. Neste caso os seguintes sintomas podem estar presentes:

Muitas vezes, o acúmulo de cera no ouvido se dá de forma tão gradual, que o paciente não nota a perda progressiva de audição. Podem ser necessário anos de entupimento do ouvido para que o indivíduo comece a notar que há algo de errado nos seus ouvidos.

Por que a cera fica impactada no ouvido?

Cerume excessivo ou impactado está presente em aproximadamente 1 em 10 crianças, 1 em 20 adultos e 1 em 3 idosos.

Uma das causas mais comuns de entupimento do canal auditivo por cera é o uso de cotonetes ou outros objetos com intuito de limpar o ouvido. O cotonete é muito grande e acaba que empurra a cera muito mais do que consegue remover. O seu uso frequente pode criar um grande rolha  no fundo do canal auditivo, fazendo com que o processo de natural de limpeza do ouvido seja incapaz de empurrar todo o cerúmen impactado.

O processo normal de envelhecimento também pode ser um fator de risco. Pessoas mais velhas produzem um cerúmen mais duro e menos lubrificado, que, junto com alterações e agressões à pele que recobre o ouvido, provocam uma redução na capacidade de expulsar a cera.

Pessoas com alterações na anatomia do ouvido, seja de nascença, por infecções frequentes de ouvido ou causada por traumas, podem ter um canal auditivo mais apertado, o que favorece a impactação do cerúmen.

Em alguns casos, porém, não conseguimos encontrar nenhum motivo claro para a ocorrência do entupimento do ouvido por cera. Algumas pessoas simplesmente produzem mais cerúmen do que o ouvido é capaz de eliminar, estando sob risco permanente de criar rolhas de cerúmen.

Tratamento

O cerúmen deve ser removido sempre que o paciente tiver algum dos sintomas descritos anteriormente. Existem basicamente três modos para se remover o excesso de cera dos ouvidos: ceruminolíticos, irrigação ou remoção mecânica pelo otorrinolaringologista.

Os ceruminolíticos são são substâncias que podem ser pingadas nos ouvidos com o objetivo de amolecer o cerúmen, facilitando sua expulsão natural. Um dos ceruminolíticos mais conhecidos é o Cerumin®. Gotas de óleo mineral também podem ser usadas.

O uso de ceruminolíticos, apesar de serem simples e vendidos sem necessidade de receita médica nas farmácias, não deve ser feito sem orientação de um otorrinolaringologista. Pessoas com lesões do tímpano, dor ou sinais de infecção do ouvido não devem pingar nada sem orientação médica. Há também o risco dos ceruminolíticos ficarem presos atrás da rolha de cera, provocando irritação da membrana timpânica.

A irrigação é outra opção válida para remoção do cerúmen. O procedimento é geralmente feito com um jato de soro morno no ouvido com uma seringa grande de 200 ml. O uso prévio de ceruminolíticos ajuda a amolecer a cera e aumenta a eficácia do procedimento. A irrigação também não deve ser feita em pacientes com dor, perfuração do tímpano ou sinais de infecção do ouvido.

Apesar da irrigação ser um procedimento simples, o mais seguro é evitar o seu uso em casa, sem assistência de um profissional treinado, pois há riscos de perfuração do tímpano e infecção do ouvido se o procedimento for feito de forma errada.

A remoção mecânica do cerúmen é o método mais rápido e eficaz, mas só pode ser feito por um otorrinolaringologista. O médico, com instrumentos especiais, consegue visualizar diretamente o interior do ouvido, podendo remover facilmente o excesso de cera impactada.

Cone chinês é um tratamento seguro?

A remoção do cerúmen através do cone chinês, também chamada de vela de ouvido ou terapia auricular térmica, é um tratamento que envolve uma comprida vela oca em forma de cone. Um das extremidades fica dentro do ouvido e enquanto a outra é acessa com uma chama. Teoricamente, a combustão do oxigênio dentro do cone cria um vácuo que é capaz de “sugar” a cera de dentro do ouvido.

Esse método, apesar de ser frequente divulgado nas mídias sociais, não apresenta qualquer suporte científico, nem do ponto de vista de eficácia nem de segurança. Muito pelo contrário, várias complicações decorrentes do tratamento já foram relatadas, sendo as principais:

  • Queimaduras no rosto, canal auditivo e tímpano.
  • Lesão no ouvido por gotejamento de cera quenta.
  • Tampão provocado pela cera derretida da própria vela.
  • Sangramentos.
  • Perfuração do tímpano.
  • Incêndios.

Referências

O que acontece quando não tem cera no ouvido