Equivalência parcial* entre classes de solos em alto nível categórico no SiBCS, WRB e Soil Taxonomy. Show
*A correspondência precisa entre classes exige os dados analíticos completos e reclassificar os solos nos sistemas. [1] Santos HG, Jacomine PKT, Anjos LHC, Oliveira VA, Oliveira JB, Coelho MR, Lumbreras JF, Cunha TJF. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3. ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos; 2013. [2] IUSS Working Group WRB. 2015. World Reference Base for Soil Resources (WRB), sistema universal reconhecido pela International Union of Soil Science (IUSS) e FAO. Disponível em: <http://www.fao.org/3/a-i3794e.pdf>. [3] Disponível em: < https://www.nrcs.usda.gov/Internet/FSE_DOCUMENTS/nrcs142p2_051232.pdf >. [4] Disponível em: < https://www.nrcs.usda.gov/wps/portal/nrcs/detail/soils/survey/class/taxonomy/?cid=nrcs142p2_053580 >.
Na década de 1950, os americanos fizeram modificações (ou aproximações) no sistema de classificação adotado por BALDWING, KELLOG & THORP, em 1938, depois modificado em 1949 por THORP. Em 1960, publicaram a Sétima Aproximação, no período de 1964 a 1974 fizeram novas aproximações, e finalmente, em 1975, publicaram o referencial como “Soil Taxonomy” com várias edições, a décima, em 2006. A figura 1 apresenta a hierarquia da classificação de solos considerando as categorias de ordem, subordem, grande grupo, sub grupo, família e série. A subordem Udept refere-se ao Inceptisol (ept de Inceptisol), com regime hídrico údico (ud de údico). O agrupamento ud de udico + ept de Inceptisol resulta em Udept. Os grandes grupos são constituídos pela ordem e subordem, precedidas das sílabas dos grandes grupos. No sistema americano, a ordem dos Oxisols na sua grande maioria correlaciona-se com os Latossolos do sistema brasileiro, os Ultisols com os Argissolos de baixo potencial nutricional, os Alfisols com os Argissolos de alto potencial nutricional, os Inceptisols com os Cambissolos, os Entisols com os Neossolos, os Mollisols com os Chernossolos, os Spodosols com os Espodossolos, os Vertisols com os Vertissolos e os Histosols com os Organossolos. No Brasil ocorrem as ordens dos Oxisols, Ultisols, Alfisols, Inceptisols, Entisols, Mollisols, Spodosols, Vertisols e Histosols. Na subordem do sistema americano, em geral, são considerados os regimes hídricos dos solos e sua seção de controle que refere-se a profundidade de estudo no perfil do solo, iniciando-se na superfície até os horizontes mais profundos, variando para cada classe de solo. Na subordem desse sistema, em geral, são considerados os regimes hídricos dos solos e sua seção de controle que refere-se a profundidade de estudo no perfil do solo iniciando-se na superfície até os horizontes mais profundos, variando nas classes de solos. Os regimes hídricos dos solos são os seguintes: áquico (a seção de controle do perfil de solo fica saturado por água praticamente todo o ano devido ao nível elevado do lençol freático), údico (nenhuma parte da seção de controle do perfil de solo seca cumulativamente por 90 dias ou mais), perúdico (a seção de controle do perfil de solo sempre está úmida porque a precipitação supera a evapo-transpiração todos os meses do ano, árido (a seção de controle do perfil de solo na maioria dos anos seca cumulativamente mais da metade do tempo, quando a temperatura do solo é acima de 5°C na profundidade de 50 cm, e nunca fica úmida por 90 dias consecutivos quando a temperatura do solo é acima de 80 °C na profundidade de 50 cm, ústico (intermediário entre árido e údico), e xérico solos de locais com inverno úmido e frio e verão seco e quente (clima Mediterânico). O nível de grande grupo é uma sub divisão da subordem, considerando, em geral, as condições químicas pedológicas, exceto para os Vertisols, Mollisols, e Alfisols que são eutróficos, por definição. Alguns exemplos e ilustrações de grandes grupos de solos:
Na família são consideradas as propriedades dos solos com similaridade de textura, mineralogia, grau de acidez e temperatura, e na série são designados nomes dos locais onde os solos foram originalmente descritos. 2. BrasilOs conceitos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos da EMBRAPA foram baseados não só no sistema de classificação de solos de BALDWING, KELLOG & THORP de 1938, modificado por THORP em 1949, como também no sistema de classificação da FAO. Em 1999, a EMBRAPA publicou a primeira edição, depois revisada e ampliada em 2006. A classificação dos solos do sistema brasileiro, até o presente, contempla os níveis de ordem, subordem, grande grupo e sub grupo. A figura 6 apresenta a hierarquia da classificação de solos. Diferenças entre os sistemas de classificação de solos do Brasil e dos Estados UnidosAs principais diferenças entre os sistemas brasileiro e americano de classificação de solos são os seguintes:
3. Internacional da FAOA Sociedade Internacional de Ciência do Solo, em 1960, recomendou a publicação da legenda do mapa de solos do Mundo na escala 1:5.000.000, para representar os solos do globo terrestre como referencial. Em 1969 foi publicado o primeiro mapa de solos do Mundo com aproximações ao longo do tempo, em 1994 foi publicada com a legenda revisada, e 1998 como World Reference Base (WRB). A figura 7 apresenta a hierarquia da legenda de solos da FAO considerando o primeiro e segundo níveis. Diferenças entre os sistemas de classificação de solos do Brasil e dos Estados Unidos, e da FAONão existe um sistema de classificação melhor do que o outro, cada um tem suas características próprias, o quadro abaixo mostra as diferenças dos sistemas brasileiro, americano e internacional. Muitos afirmam que o Sistema Americano é melhor do que o Brasileiro, mas na prática como enquadrar os solos brasileiros no nível de sub ordem que exige dados precisos dos regimes hídricos? Somente os Estados Unidos e não o Brasil dispõe desses dados de regime de umidade no solo. Existem grandes diferenças nos enfoques dos sistemas de classificação dos solos do Brasil (SiBCS, 2006), dos Estados Unidos (SOIL TAXONOMY, 1999) e Internacional (WRB, 1998), quadro 20. A comparação da classificação dos solos no primeiro e segundo níveis consta nos quadros 1 e 2, respectivamente. Quadro 1. Principais diferenças entre os sistemas de classificação de solos.
Quadro 2. Comparação da classificação dos solos no primeiro nível da hierarquia.
Exemplo de enquadramento do solo pelos sistemas de classificação do Brasil, dos Estados Unidos e Internacional (WRB): Latossolo Vermelho ácrico do Sistema Brasileiro de Classificação do Solo de um local com regime hídrico údico como Assis. Pelo sistema americano, classifica-se unindo os prefixos Acric de ácrico, ud de údico e Ox de oxisol, resultando em Acrudox, se o regime hídrico fosse ústico (ust) seria Acrustox. No sistema internacional enquadra-se como Geric Ferralsol. |