Quando estuda com calma Amanda tira boas notas

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode se manifestar de várias formas e algumas delas não são tão evidentes quanto outras.

Os sinais mais comuns são fortes indicativos para presença de formas mais intensas do Transtorno. Mas quando falamos de autismo leve, estamos lidando com uma condição onde os sintomas são mais discretos e podem passar despercebidos.

Neste artigo, iremos abordar alguns sintomas que podem estar presentes nas formas mais leves do autismo. Leia mais para entender!

Identificar, portanto, o Autismo Leve muitas vezes é um desafio, pois quadros discretos são mais difíceis de ser diagnosticados

Além disto, o TEA é uma condição onde não existem exames de imagem ou de laboratórios que o comprovam, dependendo totalmente da observação clínica, comportamental, e do relato dos pais, cuidadores e da escola para confirmar ou descartar sua presença.

Estes relatos podem ser desencontrados, incompletos, pouco entendidos por quem avalia ou minimizados por quem observa.  Este processo pode levar a uma demora maior nas consultas e até possível desistência dos pais, ficando a criança sem uma definição e sem um possível tratamento que faria diferença.

Assim, conhecer os sintomas da forma leve do Autismo é muito importante, devendo ser investigado rotineiramente durante a puericultura e nos CMEI’s ou creches, dos 18 aos 30 meses de vida. 

Os principais sintomas são: pouco contato visual, não dar continuidade a processos sociais ou conversas, não saber se comunicar por meio de gestos, fala existente, mas sem muito nexo com a realidade a sua volta.

Há também algumas manias e repetições, no contato com os outros ele olha mais para a mão ou para o objeto da pessoa do que para seus olhos, dificuldade em aceitar espontaneamente regras e rotinas,  pouco disposto a se socializar e tende a se isolar ou brincar do seu jeito sem flexibilizar de acordo com o que o amiguinho pede ou quer e pouco responde ao ser chamado pelo seu nome.

A linguagem expressiva (ou a fala), nestes casos, pode estar preservada, mas é comum ser uma fala mecânica, pedante e sem emoção, porém com uma funcionalidade satisfatória para atividades sociais e escolares.

Neste contexto, é importante relatar que alguns fatores podem atrapalhar sua identificação. A presença de hiperatividade, por exemplo, pode confundir a escola e o especialista, pois inquietude excessiva pode passar a impressão de que a criança não seja autista, mas sim TDAH.

Os sintomas do TDAH podem maquiar os sinais de TEA atrasando o seu diagnóstico

Em caso da associação de ambas as condições, deve-se priorizar a investigação e a busca de sintomas do Autismo. A falta de conhecimento acerca do que é e dos sintomas de TEA também posterga sua identificação, pois podem ser interpretados como falta de limite, preguiça ou até como outros distúrbios, como Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD).

Conhecer escalas de triagem para o TEA auxilia muito na consciência do transtorno e no reconhecimento precoce. A utilização do M-CHAT, ATA e o ABC podem ser muito úteis, eles podem ser acessados em sites especializados e disponibilizados ao público em geral e profissionais que lidam com crianças nos campos da saúde e da educação. Estas escalas são mais sensíveis e permitem identificar melhor mesmo os casos mais leves de autismo.

Quais são os outros tipos de autismo?

Existem 3 níveis de autismo. 

Cada um desses níveis são conhecidos como “níveis de suporte”, pois eles auxiliam médicos, cuidadores, terapeutas e pais a entenderem a capacidade da criança em se comunicar, responder a novos estímulos e ambientes e lidar com a imprevisibilidade da vida cotidiana.

O nível 1 é o diagnóstico menos grave de autismo, o autismo leve. Os pacientes no nível 1 têm algumas dificuldades sociais que precisam de atenção.

Tratamento do autismo leve

Como acontece com qualquer nível de autismo, os tratamentos apropriados incluem:

  • Terapia cognitiva comportamental: este tipo de terapia utiliza recompensas para estimular comportamentos esperados em determinadas situações sociais.
  • Terapia lúdica ou de desenvolvimento: esta terapia faz o uso de atividades lúdicas para desenvolver habilidades de regulação emocional e comunicação.
  • Terapias medicamentosas: Existem remédios que tratam sintomas como transtornos de humor e ansiedade, que podem estar presentes em casos de autismo leve.
  • Fonoaudiologia: a fonoaudiologia auxilia no estímulo e desenvolvimento de habilidades de conversação e linguagem corporal.
  • Terapia ocupacional: atua no tratamento de problemas sensoriais.
  • Fisioterapia: crianças com autismo podem apresentar baixo tônus ​​muscular e a fisioterapia pode atuar no fortalecimento de seus músculos.

Portanto, podemos concluir que o autismo leve, apesar de ser uma forma menos severa do TEA, ainda precisa ser diagnosticado e tratado o quanto antes.

Com o diagnóstico precoce, podemos evitar que o autismo evolua e atinja um nível mais severo com maiores comprometimentos das habilidades sociais e de comunicação da criança.

Então, fique atento aos sinais acima e sempre procure um profissional para sanar suas dúvidas e, se necessário, realizar o diagnóstico.

Depois de ler este artigo, você ficou com vontade de aprender mais sobre o assunto? Então clique aqui e veja o vídeo do Dr. Clay Brites sobre as Divergências Médicas no Diagnóstico de Autismo Leve!

Referências: 

Psych Central. n.d. Levels of Autism: Understanding the Different Types of ASD. [online] Disponível em: <https://psychcentral.com/pro/child-therapist/2019/11/levels-of-autism-understanding-the-different-types-of-asd> [Acesso em 30 de agosto 2021].

Healthline. 2021. Types of Autism. [online] Disponível em: <https://www.healthline.com/health/types-of-autism> [Acesso em 30 de agosto 2021].

Validação do diploma brasileiro nos EUA.

Se você está de mudança para os Estados Unidos, pensa em arriscar a sorte na terra do tio Sam, a primeira providência para poder trabalhar ou estudar é validar o seu diploma brasileiro nos EUA.

Cada estado pode vir a exigir diferentes documentações, mas exemplificarei com a minha experiência na Flórida e Texas.

Independente do seu  estado imigratório, ter seus documentos em dia pode ajudar muito na busca de um novo emprego ou de uma universidade.

Muitos brasileiros e outras nacionalidades veem nos Estados Unidos uma nova chance, um país de fácil adaptação. Muitos chegam aqui ainda com visto de turista para um teste e avaliação das reais chances de prosseguir no país.

E então por onde começar? Várias empresas e universidades irão pedir a sua equivalência de curso, ou seja uma instituição americana atestando que você tem mesmo aquela profissão.

A primeira providência: na sua universidade no Brasil peça o seu histórico escolar, ele precisa ser original, com o selo da faculdade. Solicite também o seu diploma, uma segunda via se possível, caso a universidade não forneça tire cópias autenticadas e tenha o seu diploma com você, caso peçam para ver o original.

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Histórico escola original e avaliação matéria por matéria da WES. Foto arquivo pessoal.

Mande para um tradutor juramentado. Tenha em mente que esse processo pode levar um bom tempo e também um certo investimento financeiro.

Leia também: vistos para morar nos EUA

Com as traduções em mãos, existem várias empresas que fazem essa equiparação dos cursos.

A empresa que eu usei foi a WES, na época eu estava me candidatando ao doutorado na Universidade da Flórida e apesar de muitas vezes no site exigir que os documentos venham todos em envelopes lacrados do país de origem, como eu já estava por aqui, consegui pedir que eles recebessem diretamente da WES e foi possível. Se o seu objetivo é apenas fazer uma pós graduação, recomendo que você leia o post da Paula, que escreve de Ohio, que dá um passo a passo bem interessante.

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Documento recebido pela WES. Foto arquivo pessoal

Com a equivalência, há algumas profissões que você já pode se candidatar a qualquer vaga que esteja disponível. Para citar algumas: biólogos, nutricionistas, contadores, economistas, administradores, tecnólogos em informação,engenheiros….

Como disse esse é um primeiro passo, ter todos os seus documentos atestando sua condição profissional. Dependendo da sua qualificação a empresa pode patrocinar o seu visto. Profissões que são sempre bem vindas são de profissionais da área de saúde, principalmente fisioterapeutas e enfermeiros, mas para essas duas categorias o processo de validação do diploma é um pouco mais complexo, mas quem já tentou garante que valeu cada centavo gasto e tempo.

Profissionais com Mestrado e Doutorado também têm mais chances.

Posso falar com bastante propriedade: se você tem interesse na área científica, há várias formas de se chegar a um hospital, laboratório americano e várias categorias de visto também.

Meu primeiro visto foi o J-1, vim como “Research Scholar”, ou seja, a Universidade patrocinou o meu visto e pude ser contratada pelo laboratório que tive interesse, grande parte dos pesquisadores chegam aqui com esse visto, podem trazer a família, porém nenhum outro membro pode trabalhar, somente o titular do visto. Esse tipo de visto é o mais fácil de se conseguir, pois ele não custa  nada ao empregador e você tem um tempo limite para residir no país, pois ao término quase todos exigem que você retorne ao país de origem e fique por 2 anos até o pedido de um novo visto J-1 ou  qualquer outro de trabalho, porém se o empregador demonstrar interesse em contratar você, é possível o pedido de cancelamento dessa obrigatoriedade dos 2 anos no país de origem. A Lorrane, colaboradora de Washington, fala dessa regra no texto dela desse mês. Você confere aqui.

E como conseguir essa primeira chance? Se você tem interesse na área médica, visite todos os sites de instituições que você teria interesse em trabalhar, entre em contato direto com os gerentes, pesquisadores, demonstrando seu interesse em conhecer melhor a instituição, o trabalho ou linha de pesquisa deles,  quase todos têm o e-mail disponível e estão acostumados a receberem esse tipo de correspondência e são abertos, também, para a troca de informação. E esse visto J-1 é para isso mesmo, intercâmbio troca de conhecimento e ganho mútuo, afinal você conhecerá o ambiente americano e eles terão a chance de ter alguém ávido por aprender integrando o time.

Muitos pesquisadores e estudantes após esse tempo de “intercâmbio” são convidados a permanecer na instituição e, grande parte das vezes, têm o visto patrocinado pelo empregador, o que permite maior permanência além da chance futura de solicitar o Green Card.

É importante, entretanto, ter em mente que, mesmo que você já seja um pesquisador renomado no Brasil ou mesmo um profissional respeitado pelos vários anos de atuação, eles testarão seus conhecimentos a todos os momentos, afinal mesmo com uma boa reputação na área de saúde que o Brasil tem (sim, acreditem!!!) eles não têm como atestar o conhecimento e capacidade técnica apenas analisando um currículo. Prepare-se! Você se sentirá voltando no tempo, no melhor estilo de aluno de iniciação científica, porém, uma vez a confiança conquistada, tenha a certeza que seu trabalho será valorizado.

Como profissional posso dizer que me sinto extremamente realizada, trabalhando em um dos maiores hospitais em prevenção, pesquisa e tratamento de câncer no mundo. E há vários brasileiros, comigo, aqui nessa jornada. Houston tem o maior centro médico do país. E somos sempre muito bem vistos.

Aqui no BPM recebemos sempre muitas perguntas de como imigrar, se vale a pena…. Enfrentamos muitos problemas no Brasil ultimamente, mas posso garantir que começar a vida em outro país também não é uma tarefa fácil, mesmo com  todo o respaldo de uma empresa por trás. Para qualquer mudança é necessária uma estratégia, planos A, B… e sair do país já com perspectivas, pois a crise econômica que assola o Brasil não é exclusividade nossa. Aqui no Texas , especialmente em Houston, com a crise mundial do petróleo percebemos a retração de vários outros setores. Não se aventure, prepare-se e faça o seu sonho virar realidade e não pesadelo.

Ainda tem dúvidas? Precisa de mais informações? Ficarei feliz em ajudar, deixe seu comentário.

See you soon!