Cite algumas áreas de risco que podem ser encontradas em cidades sujeitas a fortes chuvas Alabama

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Um sistema de tempestade que deixou danos generalizados e alguns feridos em seu rastro no Texas chegou à Louisiana, Mississippi e Alabama na terça-feira, possivelmente desencadeando “um surto regional de clima severo”, disse o Centro de Previsão de Tempestades.

As áreas afetadas, incluindo as cidades de Baton Rouge e Jackson, Mississippi, podem sofrer fortes tornados, disseram os meteorologistas.

As autoridades federais e estaduais da Louisiana lembraram a milhares de sobreviventes de furacões que vivem em trailers e trailers de veículos recreativos fornecidos pelo governo a terem um plano de evacuação porque as estruturas podem não suportar o clima esperado.

Mais de 8.000 famílias vivem nesses alojamentos temporários, disse Bob Howard, porta-voz de um centro de informações conjunto da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências e do Gabinete de Segurança Interna e Preparação para Emergências do Governador da Louisiana, na segunda-feira.

Em uma declaração conjunta, as agências disseram que as inundações podem causar os maiores danos.

“Repetidas chuvas fortes podem ocorrer nas mesmas áreas, aumentando o risco de inundações”, disse o comunicado. “Mova-se para um terreno mais alto se ouvir falar de avisos de inundação.”

Quase 1.800 famílias em trailers fornecidos diretamente pela FEMA ainda não podem retornar às casas danificadas ou destruídas pelos furacões Laura e Delta em 2020, de acordo com um comunicado à imprensa na semana passada. Outros 1.600 trailers foram implantados para as famílias deslocadas do furacão Ida, disse Howard, e a Louisiana estabeleceu mais de 4.400 trailers para as vítimas de Ida em um programa de testes pago pela FEMA.

Qualquer pessoa que viva em alojamentos temporários do estado ou da FEMA precisa manter os celulares ligados e totalmente carregados, com o volume alto e alertas de clima severo ativados, disseram as agências.

“Espera-se que o perigo seja maior à noite”, acrescentaram.

O comunicado observou que as casas móveis e os trailers são propriedades do governo que não podem ser movidas.

A tempestade já deixou miséria em seu rastro no Texas, ferindo pelo menos quatro pessoas, disseram autoridades.

Autoridades relataram danos em Jacksboro, cerca de 100 quilômetros a noroeste de Fort Worth. Lá, fotografias postadas nas redes sociais mostraram que uma tempestade rasgou a parede e o telhado de partes da Jacksboro High School, especialmente seu ginásio.

“Isso trouxe lágrimas aos meus olhos”, disse a diretora da escola Starla Sanders à WFAA-TV em Dallas.

A tempestade também atingiu o abrigo de animais da cidade, mas a quantidade de danos não foi imediatamente clara.

Trinta milhas (50 quilômetros) a nordeste de Jacksboro, perto de Bowie, o dano teria sido generalizado, com relatos de algumas pessoas presas em estruturas desmoronadas. O gerente da cidade, Bert Cunningham, disse que o pior dano foi a leste da cidade, com até quatro armadilhas relatadas. Quatro pessoas sofreram ferimentos leves, disse a gerente de emergência Kelly McNabb.

Partes do centro e leste do Texas, especialmente as áreas de Austin e College Station, também viram tempestades severas relatadas como tornados, disse o Serviço Nacional de Meteorologia. Fotografias postadas nas mídias sociais mostraram danos a edifícios nos subúrbios de Austin, Round Rock e Elgin. Nenhum ferimento foi relatado imediatamente.

O governador do Texas, Greg Abbott, disse durante uma entrevista coletiva na noite de segunda-feira no condado de Williamson, no subúrbio de Austin, que as tempestades “devastadoras” causaram danos significativos, mas o estado ficaria “ombro a ombro” com os afetados, e ele estava grato por não haver relatos de mortes. .

“Sabemos que há muitas pessoas cujas vidas foram completamente interrompidas e pessoas que perderam suas casas”, disse Abbott. “Ao mesmo tempo… pode ser um milagre também, porque embora tenha havido alguns danos físicos devastadores, que eu saiba, até agora, não há relatos de perda de vidas, o que é simplesmente impressionante.”

Cidades mais atingidas por deslizamentos tiveram 'boom' habitacional em áreas de risco

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Crédito, EPA

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Voluntários e bombeiros procuram vítimas em escombros de deslizamento em Franco da Rocha

As três cidades da região metropolitana de São Paulo mais afetadas pela forte chuva que deixou pelo menos 24 pessoas mortas no Estado passaram por um grande "boom habitacional" nas últimas três décadas, fenômeno que, segundo urbanistas, contribuiu para a ocupação desenfreada de áreas com risco de deslizamentos e inundações.

Em comum, os municípios de Francisco Morato, Franco da Rocha e Embu das Artes, onde 16 vítimas viviam, registraram um crescimento da população bastante superior ao computado na capital paulista e na região metropolitana, que compreende 39 cidades. Boa parte desse contingente foi viver em encostas de morros e margens de rios e córregos, ficando sujeita a sofrer com deslizamentos e enchentes.

Para urbanistas ouvidos pela reportagem, o boom habitacional se acentuou a partir dos anos 1990.

Combinado a construções frágeis em um relevo de morros e à falta de políticas públicas de moradia e urbanização, o fenômeno contribuiu para que tragédias como a do fim de semana se tornassem recorrentes na região.

Segundo levantamento da TV Globo, pelo menos 120 pessoas morreram em decorrência das chuvas entre 2016 e 2022 na Grande São Paulo. As mortes ocorreram principalmente em virtude de deslizamentos, inundações e desabamentos de moradias. Em 2015, durante um episódio semelhante, 25 pessoas morreram em cidades como Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã.

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Fim do Matérias recomendadas

Em Francisco Morato, três crianças e um adolescente morreram em um deslizamento nos últimos dias. A cidade é um exemplo desse crescimento acentuado nas últimas décadas. Entre 1990 e 2020, a população do município aumentou 134%, segundo projeção da Fundação Seade, órgão de análise de dados do governo de SP, que se utiliza de informações do IBGE. Em 1990, eram 74.699 habitantes - três décadas depois, eram 174.403 pessoas.

Franco da Rocha foi onde oito pessoas - quatro vítimas da mesma família - morreram em um deslizamento neste fim de semana. O município registrou um aumento populacional de 87% - de 81 mil habitantes em 1990 para 148 mil moradores três décadas depois.

Embu das Artes, com cinco vítimas da mesma família na última chuva, teve alta de 82% (de 148 mil para 270 mil).

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Pelo menos 24 pessoas morreram no Estado de São Paulo em virtude dessas chuvas nos últimos dias

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Mas não apenas as cidades afetadas pelo último temporal registraram fenômeno semelhante. Mairiporã, que nos últimos anos também sofreu com mortes causadas por deslizamentos, teve uma alta de 193% em sua população entre 1990 e 2020 (de 33 mil para 98,6 mil habitantes). Já Caieiras, que também enfrenta problemas com alagamentos, saiu de 37 mil moradores em 1990 para 100 mil três décadas depois - alta de 170%.

Segundo a Fundação Seade, o boom populacional nesses municípios é bastante superior ao crescimento da capital paulista, que marcou alta de 29% no mesmo período, e da região metropolitana como um todo, que cresceu 40%.

"De fato há uma relação entre crescimento populacional e urbano nessas regiões e a ocupação de áreas de risco que estão sujeitas a tragédias", diz o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, professor do Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

"Esse processo é recorrente em nossa urbanização, principalmente entre a classe trabalhadora e de baixa renda. Ela acontece de maneira acelerada em áreas periféricas, com terreno frágil, sem planejamento urbano e acompanhamento técnico. O que temos é a população pobre que, sem conseguir se firmar em áreas centrais, acaba ocupando, de maneira informal e sem regulação, as encostas de morros, margens de rios e córregos, fundos de vales e aterros sanitários", afirma.

'Hiperperiferia'

Para Nakano, o poder público não acompanhou esse crescimento, que ele e outros urbanistas chamam de "hiperperiferia", ou seja, áreas da região metropolitana de São Paulo que, ocupadas por famílias de baixa renda oriundas de outros pontos, formaram grandes contingentes populacionais para além dos tradicionais bairros periféricos da capital paulista. Cidades como Ferraz de Vasconcelos, Taboão da Serra e Carapicuíba também fazem parte dessa massa.

Essas áreas no entorno de São Paulo também são conhecidas como "cidades-dormitório", com poucas opções de serviços públicos, trabalho e lazer, e para onde os moradores só vão praticamente para descansar.

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Crédito, Reuters

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Pelo menos oito pessoas morreram em Franco da Rocha

"Essas cidades que cresceram muito nas últimas décadas não têm capacidade institucional nem econômica pra realizar uma politica urbana e habitacional. Nunca houve um processo contínuo de planejamento e investimento urbano com objetivos claros: essa política sempre foi fragmentada, descontínua e ineficiente. Essas ocupações se formaram à revelia do poder público", explica.

Segundo Isadora Guerreiro, pesquisadora do LabCidade da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, o crescimento dessas ocupações em morros da Grande São Paulo ocorreu por uma série de problemas relacionados à política habitacional, como a exclusão de famílias de renda inferior a três salários mínimos durante a expansão de programas de habitação popular, como Minha Casa, Minha Vida e Casa Verde e Amarela.

"Essa política expandiu o mercado de habitação popular em regiões periféricas, como as zonas leste e sul de São Paulo, aumentando o preço das moradias, dos terrenos e do aluguel. Quem tem renda muito baixa e não consegue entrar nos programas nem pagar aluguel, acabou excluído. Essas pessoas precisaram migrar para áreas mais baratas. Onde elas conseguem pagar? Em morros e encostas na região metropolitana, ou áreas de mananciais e até de preservação ambiental, num mercado informar e irregular de lotes. Em último caso, vão para a rua", explica.

Outro fator, aponta a pesquisadora, é a falta de opções de terrenos vazios para construção de casas na periferia paulistana, o que também empurra a população mais pobre para loteamentos em cidades próximas.

"Hoje, existem pouquíssimos lotes vazios na periferia da capital. Só consegue comprar uma moradia quem tem uma renda um pouco mais alta, pois os preços subiram nos últimos anos e muitos bairros da periferia estão se verticalizando. As pessoas que vivem em áreas de risco não fazem isso por escolha, mas por necessidade, como última opção de moradia" , diz.

Pacote de problemas

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População de Franco da Rocha cresceu 87% desde 1990

Segundo Kazuo Nakano, a região norte e oeste da Grande São Paulo, que tem municípios como Francisco Morato, Mairiporã e Francisco Morato, tem um relevo conhecido como "mar de morros".

"Há muitos morros com camadas de terra sobre rocha, e que estão sujeitos a deslizamentos. Sem planejamento urbano, o que temos hoje são milhares de pessoas que, como única opção, têm de apostar na sorte", diz.

O geólogo Eduardo Macedo, do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), acredita que "um pacote de problemas" contribui para "tragédias anunciadas".

"O solo desses morros perde resistência com a água e é muito suscetível a deslizamentos. Esse solo é ocupado por moradias de menor qualidade construtiva, às vezes com vários andares e muitos moradores da mesma família", diz ele, que no último fim de semana visitou áreas que desmoronaram em Francisco Morato.

"Essas cidades praticamente dobraram de tamanho em poucos anos. Elas não são ricas, não têm capacidade de investimento e o serviço público é de menor porte. Com as mudanças climáticas e chuvas em grande volume em pouquíssimo tempo, como ocorreu neste fim de semana, a tendência é que esse problema se agrave", diz.

As áreas de risco nos três municípios já eram conhecidas pelo poder público. Um levantamento da Defesa Civil de São Paulo apontou que Francisco Morato, por exemplo, tem 75 áreas com risco alto ou muito alto de deslizamentos, solapamento e inundações. Franco da Rocha tinha 95 pontos nessas condições. Já Embu da Artes, 17. Cada um desses pontos é normalmente formado por dezenas de moradias, aponta o documento.

A prefeitura de Francisco Morato, comandada pela prefeita Renata Sene (Republicanos), afirmou que "o problema de ocupação de áreas de risco é antigo na cidade". Diz que "realiza trabalhos constantes de fiscalização, monitoramento, orientação e, recentemente, colocou em prática várias ações, entre elas um novo Código de Obras e Edificações e um Plano de Regularização Fundiária".

Em nota, afirmou que realizou um plano de redução de riscos para as chuvas deste verão. "É um planejamento que traça protocolos para resposta a desastres causados por chuvas intensas, que faz um trabalho de monitoramento, informação e acolhimento a munícipes que residam em áreas de risco".

Já a prefeitura de Franco da Rocha, ocupada por Nivaldo Santos (PSDB), afirma que tem um programa de auxílio-aluguel com 10 mil famílias, além de ter entregado, em 2016, "cerca de 1.100 apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida, e já temos contratadas mais 500 unidades".

Também afirma que elaborou, em parceria com a Universidade Federal do Grande ABC, um plano de gestão de riscos, "que apontou a existência de cerca de 230 edificações em áreas de risco na cidade, cujo custo estimado de reparo está orçado em cerca de R$ 120 milhões, incluídas a remoção e realocação das famílias, investimento para o qual a prefeitura busca parcerias para executar".

A gestão de Ney Santos (Podemos), prefeito de Embu das Artes, não respondeu aos questionamentos até a publicação desta reportagem.

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